sexta-feira, 27 de maio de 2011

VAMOS AO VÃO DA VAIDADE, OU, VAIDADE QUE NOS LEVA EM VÃO!

Na arte de reinar, não há regras,
Que sejam desconhecidas de um rei,
Mas, cega, á rainha vaidade,
Como ave faceira, voa longe da lei!
A vaidade é um gênio,
Que todos admiramos,
Por adorarmos á timida luz,
Que em nós observamos!
A alegria só, não nos anima ou completa,
Quando em vão equivoco,
Nossa vaidade à interpreta!
Quem diria aos homens,esta insepulta verdade?
Que no mundo, há coisas mais que fortuna;
Senão á violenta vaidade?
Que tão logo à consideremos,
Surda e cega, quanto o amor...
Incontinente recebemos,
Á mais ilustre ação da dor.
Pois há no tempo um espelho,
Onde nos vemos maiores.
Que por obséquio da alma,
Nos tornamos, heróis melhores.
Como dizer aos homens?
Que na honra, à predestinação;
Lisonja permitida da vaidade,
Que sutilmente envolve á alma,
Com hálitos da sedução.
Qualquer coisa, ou ainda menos, basta;
Para que a insana vaidade,
Se regozige e satisfaça!
Há o delirio da entrega,
Á tão sonhada imortalidade,
Idólatras da fama,que agrega,
Risos e males, que falam por nossa vaidade!
Encenamos no mundo, tristes comédias,
Que nos afugentam, o horror as sombras,
Que nos chegam em anos e tragédias,
E vituperam as nossas obras!
É raro o mal, do qual,
Não venha à nascer nem um bem,
Nem bem, que não produza algum mal,
Pois á vaidade, que com furor impera,
A tudo considera, como nobre e natural!
Os momentos que se faz na história,
Viram epitáfios, gelados e inanimados;
Dissipam-se em versos na memória,
Não passam de cinzas, dos antepassados!
Meditem em tudo que tem vaidade,
Sacrificam a vida, para eternizar o nome,
Rompem tradições com sede e voracidade!
Agem como dragão, que á tudo consome;
Tudo no mundo são sombras,
Mesmo as mais agigantadas!
Á benignidade que vislumbras,
Encontram-se nas almas, acorrentadas!
Somos todos sensíveis, ao mesmo sentimento,
Vaidade cega, cega vaidade!
Cada passo que damos sem conhecimento...
Nos leva para longe, da felicidade.
Só á vaidade, sabe dar,
Existência, as coisas que não se veem,
Nos faz, adoradores "dun´s nadas",
Que sem vaidade, não são ninguém!
Não se absorve á vaidade,
Até que se conheça á razão,
Todas as paixões, dão passos iguais,
N´uma única direção;
Só á vaidade vem depois,
Mas dura á eternidade!
O tempo á faz se mover,
Com magestosa, leviandade...
Os homens crescem,
E com eles, á imaginação.
Os ideais viram quimera,
Que podem florescer, ou não!
Os que julgam conhecimento do universo,
Seguem, não conhecendo á si mesmo!
O que se conhece, ou sabe-se em verso;
É que á vaidade, segue á esmo.
Ou, também, como cometa,
Que atravessa o espaço,
Indo sem saber para onde,
Sem sucesso, ou sem fracasso!
A melhor definição de amor,
É, que não se pode "o" definir...
A melhor compreensão da vaidade,
É o conceito de exigir...
As pessoas mais felizes,
São as capazes de amar,
Sem querer algo em troca,
Sufocando á dor aguda,
Que á natureza da vaidade PROVOCA!



Sérghio Gonçalves

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