terça-feira, 28 de junho de 2011

NUVENS!

Lá vem ás nuvens já suadas,
para seu passeio matinal.
Adoro acompanhar suas expressões descoladas!
Este é meu ofício atual.
Muitas coisas fazemos,
sem dar á devida importância,
comer, cantar, ir ao cinema,
esquecer coisas de nossa infância!
Hoje olhando as nuvens,
sem ver o tempo passar...
Calculo quanto tempo perdi,
buscando coisas miseráveis,
que não precisava buscar!
Vejo hoje, que o que há de mais importante,
Esta plantado nos jardins das vistas...
Mas como ser, ignorante que sou,
caminho no mundo, sem deixar pistas!
Pois basta um vento mais forte,
para soprar para longe,
tudo que hoje é meu.
O tempo se faz como escritor,
Que quando não rima,
Apaga tudo que escreveu!

Sérghio Gonçalves!

SÓ É FORTE QUEM É SÓ


A solidão é uma força que constrói, destrói,
e reconstrói á seu bel prazer.
Cada homem é mais forte, quando só,
se encontra com seu próprio ser!
Quando o silêncio e a solidão, se unem,
em seu interior.
E envolve sua alma,
blindando-a com á armadura,
e á espada do amor.
Afinal, á vida á cada instante,
necessita ser reinventada.
Como uma obra poética
construida á partir d´um nada!
Sózinho com seu silêncio,
sentindo o peso da solidão...
O homem pequeno, torna-se grande,
Buscando forças, na fraqueza de sua imaginação.
Dando saltos no espaço,
sem asas, em busca de seu,
SER divino.
Tocando músicas,com as dores,
Tirando da alma, a melodia de um violino.
Em sua dor, nem um transeunte humano,
o pode socorrer, muito menos explicar...
Abandonado, em sua intimidade casta,
de écloga, irado!
Observa sua sombra, que se levanta,
como gigante bem alimentado.
O espírito do amor próprio,
lhe segreda intimamente...
Como podes sofrer sozinho?
Se o sofrimento é público e contagiante?
Nesta altura é que acontece algo extraordinário,
Nos vemos subindo á montanha,sózinhos,
seguidos por uma multidão de homens solitários!
Como o homem resiste á caminhar,
mais o dobro do que já andara?
Trocando os pés que desciam, pelos que subiam,
Pois estes sabiam que ao destino, ainda não chegara!
Caminhando mudo, de nome e de cara,
de longe avista á cidade.
Os cavalheiros lhe reconhecem, saudando-o com
vòz de felicidade!
Enfim andou, cresceu, chegou,
Na sua solidão, pode lutar, ganhar, perder...
O importante é que seu coração, aprendeu amar...
Antes de morrer!

Sérghio Gonçalves.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

MUDANDO DE LADO

Dá licença p´reu passar,
Para a banda de lá,
cá de cá já não dá mais!
Vou trocar meu paletó,
Minha sigla eleitoral.
E até os meus jornais...
Até quando?
Ninguém sabe,
Mas aqui eu que não fico.
E pode avisar à eles,
Que lá eles pagam mais,
Assim eu me justifico!
Tô passando!" Tô passando!
Vou pegar minha maleta,
À coisa tá esquentando,
Muita gente investigando.
Tira tudo da gaveta!
Tô passando, tô passando!
Dá licença p´reu passar...
Sei que vocês não tão gostando,
Mas nada tenho à declarar!
Poderia escrever carta,
Ou mesmo dar entrevista,
Falar, como disse á Marta,(relaxa e goz...)
Mas fama é feita para artista...
Aqui na rampa, o negócio é ser anônimo!
Comer só pelas beiradas,
Como fez o tal Antônio!
Viu que o barco ia afundar,
Mas não quis perder à posse...
Resolveu sair nadando!
salvar o que estava sobrando...
Tchau! Tchau, senhor Paloci!

sexta-feira, 10 de junho de 2011

BATALHA PERDIDA

A alma frágil,
Inclina-se buscando proteção,
Em colóquio cru, das mentes mesquinhas,
onde falta sentimentos,
Era bendita e silenciosa, aquela solidão,
Como se à expressão dos sentidos,
lhe deformasse á forma dos pensamentos!
Gostava, ela de ser assim,
Procurando beleza,
no mais feio da vida!
Naquela incerteza,
que não tinha meio nem fim.
Mas, por não ter toda certeza,
Não se sentia, de toda vencida,
Pois na dor intensa, encontrou outrossim,
a cura eterna, para suas feridas.
Ria-se das horas más,
Consolando-se com os desiludidos!
Por ser dai, que á liberdade tira,
Intrepidez para dar, disposição aos caidos.
Cuida de continuar nadando,
Até, atingir á outra margem!
Com á mesma terna ousadia,
Munida de intensa coragem.
Não faças confidências ao passado,
nem recordações, de sua juventude!
Pois à luz,
Já não ilumina, o iluminado.
E lembranças, não é viver,
á vida em plenitude!
Ah! Solidão, espécie de loucura mansa...
De sorte, que ninguém veja seu futuro,
Além do que á vista alcança!
A alma vive com tanta ânsia,
Que cega, atropela á vida,
O que ganhar, no sustento da ganância,
Amanhã tornou, batalha perdida!
Mas, não é só,
Na guerra, um minuto vale,
uma vida inteira.
Aquilo que se fez, e o tempo desfez,
Permanece original,
assim como o pó, para à poeira!

CONFLITOS COM O TEMPO

Cada passo que dou,
Cada casa onde visito,
Encontro alguém que recuou,
Diante de qualquer conflito!
Naturalmente conversamos,
sobre nossos passados,
E, suspirando, revivemos,
os velhos tempos.
Com olhares perdidos,
em instantes marcados,
Como dedicatórias, manuscritas,
escritas,por nossos tormentos!
Os anos passam, uns sobre os outros,
E as sensações, também se vão,
Tornamo-nos frios,
no eco dos desencontros,
Recolhemos os cacos,
Dentro de um saco,
em formato de coração!
Alguns conflitos,
Ganham contornos poéticos,
Outros ainda merecem,um capítulo à mais,
Alguns tornam-se objetos,
filosóficos, ou linguísticos,
Mas todos são trapalhices,
das ortografias dos pais!
Porém, ninguém tolera,
viver abraçado as sombras,
Ou, ninguém enfrenta ondas,
em barquinhos de papel,
E como estamos no tempo,
somos impacientes nas obras,
Como somos folhas,
nos deixamos levar,
pelo vento ao léu!
E por fim, não podendo,
livres vencer o tempo,
Nem mesmo tendo,
no futuro dos filhos uma esperança!
Desde o principio,
faz-se idiota, meu julgamento,
Pois hoje sei, que nasci velho,
E vou morrer criança.

sexta-feira, 3 de junho de 2011

NOTICIAS DA ALMA.

Manda dizer que afogou-se!
Jáz inerte...
Já não vivia, era sombra,
assustada, indiferente.
Há tempos, seu semblante,
Transmudara em rosto cruel!
em fúria insatisfeita,
Viveu, amou, sofreu!
Cansada, sorriu débilmente.
Até que no canto das águas,
Vexada em máguas se recolheu.
Entender este gesto,
quem compreendia, não julgava,
Tão só por sua ousadia,
Um belo dia, quem á queria, agora
Se esquivava!
Deixemos de imaginação!
Volvendo á realidade presente,
Não é mistério, nem ato de admiração,
Pois que, o amor que ansiava,
Sem torpezas,atinou, que á deixava,
Romanticamente.
Sendo pois separados, á alma,
De seus pecados,
perde-se-ia o prazer,
Qual orquideas, ou violetas, que o,
Beija flor, não beija, não sabem o que é,
Bem querer!
A alma, sofrendo, desconhece,
Que, sentimento excessivo ou desgovernado,
A beleza moral entorpece,
È como á lua que, mantém para sí mesma á outra face,
em mistério, isolado.
A alma que se dilata, no orgulho de ter amado,
Querendo para sí, á criação, sem nunca ter criado,
mergulha nas ilusões,causando mutilações, que,
Para nos levar ao inferno, é meio caminho andado!
Ardendo em fogo,
Sem ver cumprir á sentença,
Resolve antecipar-se,
cortando á própria cabeça.
OH! alma tão fraca...
Maldita alma sem dono,
Tivestes tudo, possuiu á todos,
Hoje, à dor, como faca,
cravada nas costas,em abandono.
Contra as razões do coração,
que ainda pulsa,no corpo que desejas,
Imploras piedade, ou perdão,
Suplicante, suspirando sem defesas.
Formou-se em seu seio, um abismo,
Um obscuro turbilhão de vertigem.
Com lábios colados, nos lábios da morte,
Que lhe concede a má sorte,de morrer,
ALMA VIRGEM!